sexta-feira, 20 de abril de 2018

Cientistas descobriram quanto dinheiro precisamos para sermos felizes (e é surpreendente)

Cientistas descobriram quanto dinheiro precisamos para sermos felizes
(e é surpreendente)
Um novo estudo científico debruçou-se sobre a quantidade de dinheiro
de que as pessoas precisam para se sentirem felizes. E as conclusões
são surpreendentes, como admitem os próprios investigadores.
Uma nova pesquisa descobriu que há um limite máximo até ao qual ter
elevados rendimentos é benéfico para um indivíduo, valor que está
directamente relacionado com o local onde se vive.
“Pode ser surpreendente, já que o que vemos na TV e aquilo que os
publicitários nos dizem que precisamos indicam que não há um tecto
quando se trata de quanto dinheiro é necessário para a felicidade”,
diz o auto principal do estudo, Andrew Jebb, citado num comunicado do
Departamento de Ciências Psicológicas da Universidade Purdue, nos EUA.
Mas, na verdade, os dados desta pesquisa mostram que há um limite a
partir do qual ter muito dinheiro pode ser prejudicial para o
bem-estar das pessoas.
Os autores do estudo, publicado na revista Nature Human Behaviour,
recorreram a dados do Gallup World Poll, inquérito mundial levado a
cabo pela empresa de pesquisa de opinião norte-americana Gallup,
relativos a mais de 1,7 milhões de pessoas de 164 países diferentes e
com idades a partir dos 15 anos.
Estes participantes responderam a perguntas sobre o nível de
satisfação, de bem-estar e sobre o poder de compra que gostariam de
ter nas suas vidas.
Os resultados revelam que “o ponto ideal de rendimento ou de saciação
se situa nos 76 mil euros para a satisfação geral com a vida e nos 48
a 60 mil euros para o bem-estar emocional”, destacam os
investigadores.
A saciação é descrita por Jebb como “o ponto além do qual não se ganha
mais felicidade” e a partir do qual “a satisfação diminui”. E de
facto, “em certas partes do mundo, os rendimentos para lá da saciação
são associados a avaliações de vida inferiores”, isto é, a uma menor
satisfação global.
Os investigadores consideram que isto se explica pelo facto de o
dinheiro suprir necessidades básicas, como pagar contas e comprar
comida. Depois de cumprir essas metas, as pessoas são “impulsionadas
por ganhos materiais e por comparações sociais que, em última
instância, podem diminuir o seu bem-estar”, constatam.
Dinheiro é mais importante nos países mais ricos
O valor mais alto de rendimento, quanto à saciação global, foi
detectado na Austrália e na Nova Zelândia, 100 mil euros. O nível de
saciação mais baixo verificou-se na América Latina e nas Caraíbas, com
28 mil euros. Na América do Norte, “o limiar para a felicidade é
alcançado com um rendimento de 105 mil dólares” (mais de 84 mil
euros).
Estes dados sugerem que “os rendimentos importam mais para indivíduos
que vivem em nações mais ricas”, referem os autores da pesquisa. “As
avaliações tendem a ser mais influenciadas pelos padrões mediante os
quais os indivíduos se comparam com outras pessoas”, aponta Jebb.
Os autores da pesquisa não notaram qualquer diferença de género entre
homens e mulheres, mas concluíram que “indivíduos com educação
superior reportaram uma avaliação mais positiva da vida e do bem-estar
emocional com um rendimento mais elevado” – circunstância que terá a
ver com “as aspirações de rendimento” associadas a qualificações
superiores, notam os investigadores.

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